Publicado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, o Censo da Educação Superior Brasileira é um produto de pesquisa com dados completos sobre as instituições de ensino superior (IES) que ofertam cursos de graduação e sequenciais de formação específica, além dos alunos e docentes, no Brasil.
A edição, publicada em 2023 sobre os dados de 2022, mostrou que o Brasil possui um total de 2.595 instituições de ensino, 2.283 sendo privadas (87.9%) e 312 públicas (12.1%), o que indica que a rede privada segue bem maior que a rede pública. As matrículas seguem em uma trajetória crescente para o setor, totalizando 9,4 milhões, em que 5,1 milhões são de cursos presenciais e 4,3 milhões no EAD. Os dados de 2022 mostram um crescimento da modalidade EAD por uma sedimentação da cultura para a modalidade e, também, pelo acesso por ela proporcionado.
Para entender melhor a respeito do Censo da Educação Superior Brasileira de 2022, Paulo Chanan, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades (Abrafi) e membro do Conselho de Administração da ABMES, elaborou o estudo “Comentários aos Primeiros Números do Censo da Educação Superior Brasileira – 2022”. Segundo ele, “os números mostram um crescimento importante do Setor Educacional Superior Brasileiro, no que diz respeito ao número absoluto de alunos, mas, inversamente, pela troca de tickets médios do presencial para a EAD”.
Chanan também comenta que o ensino presencial continua sendo determinante para a manutenção da IES, mas que é necessário um maior investimento na qualidade de estrutura e atendimento. Ele explica que o MEC vem acenando com um acréscimo de investimento no financiamento público (FIES e PROUNI) e isso pode trazer impacto substancial na ampliação do ensino presencial.
Outra análise dele foi a respeito do crescimento do EAD. “O crescimento da EAD mantém-se acelerado, invadindo, como nunca, o mercado endereçável reprimido, pela prática dos seus ínfimos tickets. Uma dupla preocupação: a primeira, pois está se trabalhando numa bolha, a do mercado endereçável reprimido que, como qualquer bolha, pode acabar a qualquer momento; e, a segunda, os tickets não estão sustentando uma oferta de qualidade, o que vem preocupando a todos, especialmente o MEC”, afirma.
A análise completa pode ser acessada aqui.
Paulo Chanan é advogado, especialista em Direito Empresarial, Mestre em Administração, professor Universitário, Diretor de Regulação e Procurador Institucional do Grupo SER Educacional, Presidente da ABRAFI, Membro do Conselho de Administração da ABMES e Conselheiro do Instituto Êxito de Empreendedorismo.