O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi o convidado de honra no bate-papo on-line que fechou o calendário de comemorações do aniversário de 38 anos da ABMES. Na ocasião, ele anunciou em primeira mão que o Ministério da Educação (MEC) irá ofertar 50 mil vagas remanescentes do Fies e outras 90 mil do ProUni em setembro deste ano (2020). Ribeiro também falou sobre a importância do diálogo com o setor privado de ensino superior, a valorização do professor, a retomada das atividades presenciais, o fluxo de processos na Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) e o ensino híbrido.
Este foi o primeiro diálogo público do atual representante do MEC com o setor de educação superior. “Agradeço a oportunidade, que é muito importante. A ABMES caminha para a maturidade pela idade e pelo trabalho em prol do desenvolvimento da educação brasileira”, afirmou Ribeiro. O encontro, que foi realizado no canal do YouTube da Associação, contou com a coordenação do diretor presidente da entidade, Celso Niskier, e a participação do diretor executivo da entidade, Sólon Caldas. “O ministro é uma pessoa de sólida formação e experiência. Está preparado para a missão passada pelo presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Celso, durante a abertura do evento.
A respeito da agenda de demandas específicas do ensino superior, o ministro destacou a Seres, considerada por ele uma das áreas sensíveis da pasta e que tem tido uma atenção especial. “Vocês vão achar o secretário muito cuidadoso nos processos, eu que exigi isso dele”, afirmou, se referindo a Ricardo Braga, titular da secretaria. “Ainda assim, vão ficar surpresos com o ritmo e a celeridade que vamos tratar os processos de credenciamento na Seres”, garantiu.
Pandemia e ensino híbrido
Perguntado sobre a retomada das aulas presenciais, o ministro recomendou que as instituições privadas de ensino superior sigam as orientações descritas na cartilha de biossegurança elaborada pelo MEC e as orientações das entidades locais. “Em um país continental como o Brasil, o MEC não tem como oferecer uma orientação única para todos. A cartilha e as orientações do Conselho Nacional de Educação (CNE) são a nossa contribuição”, comentou.
Ele admitiu ter mudado de opinião sobre o ensino a distância ao longo do tempo e, atualmente, acredita que o ensino híbrido vai se consolidar. “Há 20 anos, eu não acreditava que o brasileiro teria a disciplina necessária para acompanhar aulas em uma tela, com o tempo, fui mudando de opinião. Sou da velha guarda e acredito que a presença do professor é muito importante, mas aprendemos muito durante a pandemia, por isso acredito que o ensino híbrido deve se consolidar com o tempo”. Ainda assim, ele acredita que é importante ficar atendo às avaliações. “As avaliações precisam continuar sendo presenciais, com fiscalização. É para o bem do aluno e não contra ele”, ponderou.
Valorização do professor
O caminho para melhoria da formação moral dos alunos começa com a valorização dos professores, na percepção de Milton Ribeiro. “É importante encontrar meios para aumentar a autoridade do professor e, assim, o respeito. Houve um tempo em que a atenção do MEC foi no aluno, ele era o protagonista. Agora quero mudar um pouco isso e focar no professor, na capacitação, no respeito. Quero que essa seja uma das minhas contribuições para Educação Brasileira”, declarou.
O evento on-line foi acompanhado por instituições de todo o país e já conta com mais de 2 mil visualizações.
A íntegra do evento pode ser conferida neste link.