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Durante seminário da ABMES, especialistas apresentam panorama do Censo 2014

09/03/2016 | Por: ABMES | 1217

Em 2014, mais de 3,1 milhões de alunos ingressaram em cursos de educação superior de graduação no país. Deste total, 82,3% em instituições privadas. Os dados são do Censo da Educação Superior 2014, que foram apresentados nesta terça-feira (8) durante seminário promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). O evento teve por objetivo ampliar o entendimento acerca da interpretação dos dados da última edição do Censo e refletir sobre as tendências do segmento para os próximos anos.

O Diretor de Estatísticas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (DEED/Inep/MEC), Carlos Eduardo Moreno Sampaio, ressaltou a fundamental participação do setor privado no cenário educacional e destacou que “falar de educação superior no Brasil sem considerar a importância da rede privada seria um equívoco, uma vez que o segmento representa mais de 74% da rede federal de ensino”.

Moreno também enfatizou a evolução das matrículas na Educação a Distância, que representa 17,1% do total de 7.828.013  de matrículas registradas em 2014 e foi otimista em relação aos dados apresentados pelo Censo, que demonstram a possibilidade de que se atinja até 2024 a Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que eleva a taxa bruta de matrícula no ensino superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos. O diretor de Estatísticas destacou ainda outras quatro metas de PNE que se relacionam com o ensino superior.

A Diretora de Avaliação da Educação Superior (DAES/Inep/MEC), Claudia Maffini Griboski, reforçou  o comprometimento do Pesquisador Institucional (PI) com o preenchimento do formulário que compõe o Censo e ressaltou a importância do cuidado com as informações fornecidas, uma vez que o levantamento gera políticas públicas.

Segundo Griboski todas as informações levantadas pelo Inep têm “intencionalidade”. Neste sentido, ela destacou que o questionário preenchido pelos estudantes que realizam o Exame Nacional de Avaliação da Educação Superior (Enade) delineia o perfil do novo aluno do ensino superior e que, a partir dessas respostas, o Inep decide qual será o foco a ser trabalhado para a formação acadêmica.

 

PERFIL DO NOVO ALUNO

 A diretora de avaliação do Inep falou durante o seminário sobre o perfil do novo aluno da educação superior. Algumas características desses novos estudantes apresentadas por ela são:

- 35% são alunos da primeira geração de educação superior da família;

- 64% são estudantes trabalhadores;

- 47% têm renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários.

Sobre o conceito Enade, Griboski informou que existe por parte do Inep o planejamento de modificar o cálculo do conceito “buscando incorporar níveis de proficiência do estudante por curso e não mais por padronização com a curva de *Gauss”).

A diretora de Avaliação do Inep também disse que existem planos de aumentar o peso do Enade para o estudante e incentivar a dedicação dos alunos na hora da prova. Para reforçar o comprometimento, “há possibilidades de que a nota do Enade sirva de critério para ingresso em programas de pós-graduação”. Outra possível medida é que a nota do Exame  passe a constar no histórico escolar de todos que fizerem a prova.

Gribosky reiterou a pretensão do Inep em tornar a avaliação dos estudantes da graduação anual e digital, mas informou que ainda não tem data para que a metodologia entre em prática. “É preciso testar antes”, ressaltou a diretora.

 

TENDÊNCIAS DO ENSINO SUPERIOR

Durante o seminário promovido pela ABMES, Carlos Monteiro, pesquisador e especialista na área da educação e diretor presidente da CM Consultoria, analisou de forma mais crítica a crise no Brasil e seus reflexos nas instituições de ensino. Ele acredita que será preciso fazer um ajustamento na gestão das instituições, sobretudo daquelas com até 3 mil alunos.

Monteiro lamentou o momento atual e ressaltou que as instituições que estavam de olho no mercado e abriram cursos como engenharia de petróleo tiveram que fechá-los por conta da crise financeira do país.

“Além do mais, diversos profissionais estão desempregados, o que torna a carreira desinteressante”, destacou.

O especialista, alertando para o efeito dominó, ressaltou que  “a procura pelo vestibular é menor, menos emprego para professores e demais funcionários das instituições, agravando a crise econômica do país”, aponta Monteiro. 

Preocupado com o futuro especialmente das Pequenas e Médias Instituições de Ensino Superior (PMIES), o pesquisador sugere que os dirigentes passem a ver “seus concorrentes [grandes grupos] como parceiros e que façam alianças estratégicas”.

 

CENSO 2015

A Coordenadora-Geral do Censo da Educação Superior (CGCES/Inep/MEC), Laura Bernardes, ressaltou a importância do preenchimento do formulário do Censo no prazo estipulado pelo Inep. De acordo com a Portaria 563/2015, que estabelece o cronograma do levantamento, os pesquisadores institucionais terão até o dia 22 de abril para responderem ao formulário.

*Curva de Gauss - Serve de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o número de observações fica grande


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Legislação

PORTARIA INEP Nº 563, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2015

Estabelecer, para as etapas e atividades do processo de realização do Censo da Educação Superior 2015, um cronograma específico para as Universidades Federais, considerando que as informações obtidas no Censo serão utilizadas para o cálculo da matriz orçamentária e outros custeios, e um segundo cronograma para os Institutos e Centros Tecnológicos Federais, Faculdades Isoladas Federais e demais Instituições de Educação Superior - Estaduais, Municipais, Privadas e Especiais