O mercado de trabalho tem exigido, cada vez mais, profissionais graduados com habilidades internacionais, interculturais e fluência em línguas estrangeiras. Para atender essa demanda, as Instituições de Ensino Superior (IES) estão seguindo um novo caminho que é o da internacionalização do ensino superior, que visa aumentar ainda mais o contato de seu corpo discente e docente com o mundo global
Para tratar do assunto, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) promoveu nesta terça-feira (4), em Brasília, seminário Internacionalização da Educação Superior: por onde e como começar?. O evento, transmitido ao vivo pela ABMES TV, alcançou pessoas de vários estados e países que puderam assistir e enviar contribuições para o debate.
A internacionalização, antes acessível principalmente aos cursos de pós-graduação, tem penetrado cada vez mais a graduação. Segundo Marília Morisini, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), os alunos podem ter acesso à internacionalização não só por meio de programas de intercâmbio, mas também pelo ensino a distância ou a partir de ações conjuntas com parceiros internacionais. “São estratégias adotadas por diversas IES e que podem ser muito proveitosas”, lembrou.
Morisini reforçou ainda que as instituições devem estar preparadas para recrutar professores internacionais, estudantes e funcionários que possam enriquecer os ambientes de ensino e aprendizagem e destacou que importar esses profissionais exige “muito planejamento e responsabilidade por parte da IES”.
Para a diretora de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Cláudia Griboski, as IES precisam entender a importância do processo de internacionalização não só como um facilitador de inclusão social, mas também de inclusão global, uma vez que muitos alunos consideram a internacionalização como “a grande oportunidade, e às vezes a única, de ter contato com o ambiente internacional”.
Sobre a questão da avaliação, Griboski informou que a internacionalização não é obrigatória, mas que é um indutor de qualidade, que precisa ter coerência com as condições da instituição e que deve ser claramente prevista no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da IES.
A diretora do Inep reforçou ainda que a internacionalização é uma tendência para o segmento educacional. Nesse sentido, as instituições que não aderirem ao processo terão de combinar elementos dos modelos internos e externos, se quiserem manter sua relevância num mundo que vem se tornando cada vez mais “interconectado”.
Internacionalização em casa
Um dos modelos de internacionalização adotados pelas IES e com melhor custo-benefício tem sido a Internacionalização em Casa, que consiste na incorporação das dimensões interculturais e internacionais nas pesquisas científicas e nas atividades extracurriculares que se desenvolvem na própria instituição de ensino com o objetivo de proporcionar aos estudantes habilidades internacionais e interculturais sem saírem do Brasil.
Na última década, além do número em instituições estrangeiras ter aumentado consideravelmente, cresceu também o recrutamento de docentes internacionais que passaram a lecionar no país. Durante o debate na ABMES, os especialistas enfatizaram aos mantenedores presentes que essa tendência é contínua e por isso merece atenção de todos.
Seminário ABMES
Todos os meses a ABMES promove seminários para deixar seus associados a par das novidades do segmento educacional. Após os eventos, a Associação disponibiliza gratuitamente em seu site as apresentações dos especialistas, bem como os áudios e os vídeos com a íntegra do encontro.