Experiências criativas e inovadoras de instituições educacionais baseadas no exterior marcaram o início da manhã do segundo dia do XIV Congresso Brasileiro de Ensino Superior Particular (CBESP). Representantes da Must University, SingularituU Brazil e Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial expuseram seus projetos e os impactos positivos dentro e fora do Brasil.
A dinâmica das estratégias abordadas pelas instituições educacionais são as mais diversas e o diálogo entre o que é feito fora do país contribuem como exemplos incentivo para aperfeiçoar ainda mais o que é concretizado em território brasileiro. Pensando neste intercâmbio, a 14ª edição do CBESP reservou um momento para a apresentação de cases internacionais no painel “Experiências internacionais criativas e inovadoras”.
O reitor da Must University, sediada no estado da Flórida (EUA), Antonio Carbonari Netto apresentou a trajetória de desafios da instituição até se tornar referência internacional na área de educação superior. Depois de uma longa caminhada para adaptação e ajustes à legislação local, a instituição criada em 2015 tem alunos distribuídos em 13 países, em todos os continentes. “A maioria são brasileiros que moram no exterior e buscam por bacharelado, mestrados e especializações”, contou Carbonari. Ele também anunciou um reconhecimento memorável. Nos próximos dias, durante a Unesco World Higher Education Conference 2022, em Barcelona, a Must University será anunciada como uma das 30 maiores e melhores edtechs do mundo.
Antes, o presidente da Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), Arthur Sperandéo de Macedo, coordenador do painel, fez uma avaliação sobre o que é preciso para que a troca de experiências criativas e de inovação se materialize no contexto brasileiro. “Precisamos de mais liberdade para inovar, para aprender, para construir. E deixo um recado para o Ministério da Educação (MEC): precisamos de mais liberdade, mais celeridade, mais modernidade para que possamos criar modelos disruptivos”. Sperandéo também provocou a plateia comentando sobre os aprendizados na palestra magna de abertura, com o empresário e publicitário Nizan Guanaes. “Tanto do lado acadêmico, quanto do lado do negócio temos muito a aprender. Essa desconstrução, esse desaprender, passa por uma liberalização do nosso mercado, da nossa operação como um todo”, afirmou.
A ponte entre o que desenvolvido no campo da educação fora e dentro do Brasil também foi abordado com a apresentação do CEO da SingularityU Brazil, Reynaldo Gama. Criada em 2008, no campo da Nasa, no Vale do Silício (EUA), a SingularityU é uma comunidade global de educação que usa tecnologias exponenciais para enfrentar os maiores desafios do mundo e para construir um futuro melhor. “Nosso objetivo é capacitação de pessoas e organizações para aprender, conectar e inovar através de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica e biologia digital”, explicou. Em parceria com startup e líderes, a entidade procura explorar as potencialidades disruptivas em soluções para a realidade brasileira desde 2018. “Buscamos a disrupção, criar algo que não existe, e, no mercado da educação, ela não virá do próprio mercado, mas de outro”, alertou Reynaldo, comentando sobre os 6Ds da inovação exponencial: digitalização, decepção, disrupção, desmaterialização, desmonetização e democratização.
Outra atuação marcante em solo brasileiro é da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial, representada por Goreti Marreiros. Ela contou sobre o projeto LaPassion, uma experiência de práticas de softskill para inovação que já tem a adesão de sete instituições no Brasil e outras sete no Uruguai, Chile, Portugal, Espanha e Finlândia. Ela explicou como funciona a experiência. “Durante 10 semanas, as equipes de estudantes passam por desafios multidisciplinares propostos dentro de uma abordagem de designer thinking com problemas da realidade local”, detalhou.
Para fechar o painel, a vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Débora Guerra, sintetizou as apresentações. “Um dos nossos objetivos em colocar este painel como um dos primeiros desta edição foi o de pensar globalmente. Nós somos responsáveis, como educadores, em discutirmos globalmente os problemas que existem e queremos fazer isso coletivamente”, pontuou.
Ainda neste segundo dia estão programados o painel “Projetos Criativos e Inovadores”, que será transmitido pelo canal CBESP no YouTube, e as oficinas temáticas, divididas em cinco workshops simultâneos, exclusivas aos participantes presenciais. Confira a programação completa do XIV CBESP aqui.
Sobre o XIV CBESP
Promovida pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular e pela Linha Direta, a 14ª edição do CBESP segue até sábado (07) no Costão do Santinho, Florianópolis (SC). O tema escolhido do retorno do congresso presencialmente é “Criatividade e inovação na construção da educação superior pós-pandemia”.
Além dos painéis temáticos, distribuídos ao longo da programação, serão realizados cinco workshops que abordarão na prática a criatividade e a inovação na educação superior, bem como modelos pedagógicos, quadrantes híbridos, curricularização da extensão e avaliação virtual in loco. Os temas são os mais pertinentes para a construção pós-pandemia.
O CBESP reúne, a cada edição, reitores, mantenedores, autoridades, educadores e formuladores de políticas públicas para educação de todo o Brasil e propicia aos participantes troca das mais diversas experiências. Além de representantes de todas as nove entidades que compõe o Fórum: Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES); Associação Brasileira das Faculdades (Abrafi); Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp); Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen); Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro (Semerj); Associação Baiana das Mantenedoras do Ensino Superior (ABAMES) e a Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC). A próxima edição terá como foco a liderança e será realizada no Rio de Janeiro (RJ).
Áudio: Sucesso da avaliação virtual in loco
Data:19/05/2022
Descrição:
ESPECIAL CBESP | Os próximos seis episódios do podcast da ABMES foram gravados durante o XIV CBESP, principal congresso da educação superior brasileira. Confira o primeiro debate desta série especial:
A pandemia da Covid-19 trouxe uma inovação importante para o universo educacional superior: as avaliações externas virtuais in loco nas instituições de ensino superior, que começaram em abril de 2021. O formato está sendo um sucesso! Porém, ainda pode ser melhorado. Neste episódio, falamos com o presidente do Inep sobre o tema.
Participantes:
Celso Niskier – Diretor presidente da ABMES
Danilo Dupas Ribeiro – Presidente do Inep
Bruno Coimbra – Assessor Jurídico da ABMES
Ficha técnica
Produção: Camila Griguc
Edição de som: Jonathan Alves
Apoio: Sabrina Moraes
DownloadA pandemia da Covid-19 trouxe uma inovação importante para o universo educacional superior: as avaliações externas virtuais in loco nas instituições de ensino superior, que começaram em abril de 2021. O formato está sendo um sucesso! Porém, ainda pode ser melhorado. Neste episódio, falamos com o presidente do Inep sobre o tema.
Participantes:
Celso Niskier – Diretor presidente da ABMES
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O documento traz dez propostas para o desenvolvimento do ensino superior brasileiro.
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Criada em 1982, a Revista Estudos, de conteúdo temático, tem como objetivo reunir trabalhos sobre grandes temas educacionais, elaborados por profissionais reconhecidos nacionalmente, como subsídio ao aprofundamento de debates e de reflexões das instituições de ensino superior. A edição de nº 45 aborda a criatividade e inovação na construção da educação superior pós-pandemia.